Por momentos, sendo uma sala de tribunal – mesmo que não consiga vislumbrar que género de tribunal terá sido – a sala voltou a vibrar com os argumentos e contra-argumentos dos intervenientes, eu e o Paulo, que entregámos àquelas paredes, as reflexões que outrora lá terão sido produzidas, ainda para mais, sabendo-se aquele pedaço de edifício, incluído num complexo monástico.
Sentimo-nos, naquelas sessões, empurrados por tantas vozes que antes de nós se degladiaram, se combateram, até à sentença final.
E se aqui, na antiga Lavandaria, é Deus em Nuvem que fala, uma voz coada pelo amaciador do Carlos, passada a ferro pelo olhar do João, depois de devidamente passajada pelo Fernando, ali, no Porto, paredes meias com as famílias dos que, duas casas abaixo, esperavam na rua os resultados das audiências no TIC, sentimos as agulhas da concritude, do tudo ou nada.
António Durães
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